terça-feira, 23 de agosto de 2011

Arte

Quando a sua imaginação não mais pode ser controlada e a cada som, cada batuque, cada música, lembrete e até toque de celular te põe a dançar. Felizmente (ou não) seus pés insistem em se controlar e você se mantém imóvel, embora o desejo que te move tente te engolir, te seduzir, te levar, te deixar ser levada... #fazfalta
Quando a poesia enclausurada no canto escuro da sua mente insiste em sair, e bate, bate, bate e bate fortemente contra as muralhas que contém a sua imaginação, a sua criatividade. Que muralha é essa que se pôs? quando se pôs? como? por que? e agora, o que faço para tira-la?
Quando uma mão se estende em meio a nada, quando um impulso te puxa ao penhasco, te joga naquele mar de ressaca e de repente o que você enxerga não é a morte, é a vida se apresentando a você que até agora esteve morta... quando seu rosto é tocado pela água congelante, cada ponto do seu corpo grita, estremece, você pode sentir de novo a vida pulsando, a vontade se manifestando e, num desvairio da madrugada, se vê dançando em meio às ondas, aos peixes, às sereias, estas te pegam e te levam a um grande palco e lá, você dança incansavelmente e mata aquele desejo insaciável que te consumia de dentro pra fora.
Um instante, você acorda, sua imaginação flui e cada passo dado é como uma dança, e cada palavra dita uma melodia, cada momento um drama, uma emoção, uma comédia, e de repente a vida toda tão confusa, trágica, violenta se torna pura redenção, pura arte.

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